A internet global, que sustenta trilhões de dólares em transações financeiras e mais de 90% do tráfego internacional de dados, depende de uma infraestrutura invisível, mas vital: os cabos submarinos. Diferentemente do que muitos imaginam, os dados que conectam o mundo não viajam majoritariamente por satélites, mas por essa rede de cabos oceânicos, que formam a espinha dorsal da economia e da comunicação modernas. Essa dependência, porém, revela uma vulnerabilidade crítica em um mundo hiperconectado.

Com mais de 500 cabos submarinos em operação, essas infraestruturas superam em importância os cerca de 8 mil satélites orbitando a Terra, que desempenham papéis diversos, como vigilância e navegação. Os cabos, no entanto, carregam o peso do tráfego global de dados. Sua fragilidade, agravada pela localização em áreas remotas e de difícil acesso, representa um desafio logístico e geopolítico. Incidentes recentes, como danos a cabos em diferentes regiões, acenderam alertas. Serviços de inteligência ocidentais apontam a Rússia como possível responsável, embora sem provas públicas conclusivas.

Ataques deliberados, acidentes ou falhas podem paralisar comunicações essenciais, afetando desde mercados financeiros até a segurança nacional. Com o aumento das tensões geopolíticas, proteger esses ativos críticos exige investimentos urgentes em redundância, monitoramento e segurança. A resiliência dos cabos submarinos não é apenas uma questão técnica, mas uma prioridade estratégica para o futuro do mundo digital.