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"A Folia que Sustenta: A Vida dos Ambulantes no Carnaval de Salvador"

O Carnaval de Salvador é muito mais do que uma festa de cores, música e multidões; para cerca de 88 mil ambulantes cadastrados pela prefeitura, é uma oportunidade vital de sobrevivência. Só no circuito Barra-Ondina, um dos mais movimentados da capital baiana, foram concedidas 2.500 licenças para trabalhadores informais que, em muitos casos, levam suas famílias inteiras para as ruas. Enfrentando sol escaldante e chuvas inesperadas, esses brasileiros transformam a folia em uma fonte de renda extra que sustenta lares e sonhos ao longo do ano.

Para muitos, a relação com o Carnaval começa cedo e atravessa gerações. Amanda, hoje adulta, é um exemplo vivo dessa tradição. Aos 5 anos, ela já acompanhava a mãe, uma veterana ambulante, pelas ruas lotadas de foliões. “Desde os 5 anos minha mãe me traz também para cá para trabalhar”, conta ela, que atualmente assume o comando das vendas de bebidas durante uma festa. O que começou como um apoio infantil à família tornou-se, para Amanda, uma responsabilidade própria, carregando o legado de esforço e resistência que herdou da mãe.

Essas histórias revelam o outro lado da festa: um universo de trabalho árduo e dedicação. “Minha mãe trabalha há muito tempo, só que eu venho trabalhar agora”, explica Amanda, destacando como o Carnaval se entrelaça com a vida de famílias inteiras. Acampados nas ruas, enfrentando as intempéries e a exaustão, os ambulantes não apenas animam a folia com seus serviços, mas também garantem o sustento em um país onde oportunidades formais nem sempre chegam. Em Salvador, o Carnaval é alegria para quem dança — e sobrevivência para quem vende.

TEXTO: ONPRESS IA | TVCORRERIA

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